O último treino do Barco Brasil na Europa foi um passo decisivo na preparação para a Globe40 2025/2026, que larga em Cádiz, Espanha, em setembro. A equipe brasileira partiu de La Coruña (ESP) em 01 de maio, rumo a Hamble (UK), e de lá para o Fastnet Rock (IRE), seguindo o trajeto da emblemática regata Fastnet Race, com retorno à Espanha. No total, foram 1.600 milhas náuticas percorridas, com revezamento dos três tripulantes - o capitão José Guilherme Caldas e os co-skippers Luiz Bolina e Jonas Muro Gomes - antecipando estratégias que serão usadas na jornada de volta ao mundo.
A viagem fez parte do processo de qualificação para a Globe40. A organização da regata exige que cada barco e tripulação comprovem, na prática, sua capacidade de segurança e performance para enfrentar os desafios extremos da volta ao mundo. Para tanto, os velejadores devem acumular milhas a bordo, em regatas ou em treinos. No treino anterior, em março, o Barco Brasil percorreu 3.000 milhas naúticas, seguindo por La Coruña, Horta (Açores), Cascais (Portugal) e retornando à Espanha.
A escolha pelo treino em águas da Inglaterra e Irlanda foi estratégica. O Barco Brasil disputará a edição deste ano da Fastnet Race, em julho. Será a única regata no calendário de preparação da equipe. A Fastnet é considerada um dos maiores desafios da Vela. Quem completa o seu percurso entra para o Royal Ocean Racing Club, seleto grupo dos grandes velejadores do mundo.
"Decidimos fazer apenas treinos, na maior parte da preparação para a Globe40, para não cansar demais o barco", explicou o capitão José Guilherme Caldas. "A única regata será a Fastnet Race, já mais perto da volta ao mundo. É um sonho antigo que temos, e esse treino de agora foi uma oportunidade única de navegar por um dos percursos mais emblemáticos da vela mundial."
Ajustes no barco
Ainda em La Coruña, antes da largada para o treino, os velejadores encontraram a dupla multicampeã Rafael Martins e Juliana Duque. Os dois haviam terminado a participação no Troféu Princesa Sofia em Mallorca, como preparação para o Mundial de 470, que será realizado em junho, e aproveitaram para conhecer o Barco Brasil. Rafael, representante brasileiro da North Sails, também tirou as medidas para as novas velas que serão usadas pelo time na jornada de volta ao mundo.
"O barco é muito legal e muito rápido, ficamos bem felizes em passar esses dois dias com eles em La Coruña, trabalhando juntos e ajudando da maneira que podemos", contou Rafael Martins.
Já em Hamble, Inglaterra, a equipe fez uma parada para novos ajustes e medições no Barco Brasil. O co-skipper Luiz Bolina também aproveitou para fazer um curso de salvatagem, o RYA/World Sailing Offshore Personal Survival Course, como preparação para a Globe40.
Rumo à Globe40
Último desafio antes da jornada de volta ao mundo, a Fastnet Race terá o seu ponto de partida em Cowes, na ilha de Wight, em 26 de julho, com chegada prevista para Cherbourg, na França, em 3 de agosto. Na sequência, o Barco Brasil partirá para o "esquenta" da Globe 40, um prólogo no porto francês de Lórient, em 31 de agosto.
A largada oficial está prevista para 14 de setembro, em Cádiz, na Espanha. De lá, os Class40 partem para uma travessia do Atlântico até Mindelo, em Cabo Verde, seguindo para o Cabo da Boa Esperança e as Ilhas Reunião.
A jornada continua pelo Oceano Índico até Sydney, na Austrália, depois cruza o Pacífico até Valparaíso, no Chile. Um dos momentos mais desafiadores será o contorno do Cabo Horn, seguido da subida pela costa brasileira até Recife, antes da chegada final em Lorient, na França.
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Jonas Muro Gomes se junta à equipe para o projeto do Barco Brasil, que larga em setembro.
José Guilherme Caldas e Luiz Bolina navegaram em duplas de La Corunha até os Açores e retornaram para a Espanha com pit-stop em Cascais
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