Na última terça-feira (29), a CBVela - Confederação Brasileira de Vela encerrou a primeira edição do projeto para Formação de Treinadoras de Alto Rendimento, realizado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro (RJ). Com participação de 22 alunas presencialmente e mais de 50 mulheres online, as atividades tiveram mpnitoramento de treinadoras experientes da CBVela, que realizaram provas em terra e água.

Com aulas orientadas por nomes como Maria Hackerott e Martha Rocha, um dos principais objetivos foi o de aumentar o número de atletas que serão treinadas por mulheres na vela.

As participantes foram divididas em dois grupos, com formato do curso de correção de atividades e feedbacks para todas as treinadoras.

“Hoje enfrentamos um grande e urgente desafio de aumentar a presença feminina nas diversas áreas da vela. Entendemos que o trabalho das treinadoras serve de inspiração e incentivo para a formação de atletas e para a construção de um esporte com menos desigualdade de gênero”, explicou Maria Hackerott, treinadora da CBVela, velejadora e pesquisadora.

“Atualmente, as atletas brasileiras possuem um conhecimento espetacular sobre a modalidade, figurando entre as melhores do mundo! Percebemos que é o momento ideal para aproveitar o capital humano disponível e investir em um projeto de formação de treinadoras de alto rendimento”, pontuou Martha Rocha, treinadora de Vela.

"Foi uma baita experiência! Compartilhamos ideias que contribuíram para nosso dia a dia. Velejar no Rio de Janeiro foi bem difícil, então foi preciso se adaptar às atividades em água. Fizemos também atividades para outras treinadoras e compartilhar esse mundo de treinadora foi muito bom. Acredito que um projeto como esse é preciso acontecer para que todas possam evoluir como treinadoras, mulheres e profissionais que fazem parte da vela”, disse Sculi Emile, velejadora de Fortaleza.

"Velejo desde os 11 anos de idade. Sempre senti um receio em fazer parte do mundo da vela em questões de embarcação. Como a prática é diferente da parte teórica, o medo e dúvida se um dia conseguiria dar aula de vela persistia. Essas clínicas e projetos voltados para a vela feminina tornam possível criar ambientes muito mais acolhedores e respeitosos, onde o lugar de fala de cada uma é respeitado. Existe uma empatia de se ajudar e trocar experiências dinâmicas e técnicas para aulas, treinos e velejos, o que, possivelmente, não ocorreria em cursos abertos", disse Juliana Aguilar, velejadora do Rio de Janeiro.

Para a CBVela, a meta agora é de dar continuidade ao projeto e focar para mulheres que não possui tanta experiência na modalidade.

“Criamos a audaciosa meta de, em 2028, termos no mínimo uma treinadora por classe muito bem capacitada para atuar nas Olimpíadas de Los Angeles. Este projeto é um dos passos que vamos dar para cumprir esta meta. Mas também focar nas mulheres com pouca vivência na vela. Isso é fundamental”, finalizou Maria Hackerott.

Sobre a CBVela

A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: oito. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 19 medalhas em Jogos Olímpicos.

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Flavio Perez

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