Os coordenadores dos principais projetos de vela do Brasil estão reunidos na sede do Yacht Club Santo Amaro - YCSA, em São Paulo (SP), para o Fórum de Desenvolvimento Social. O encontro é promovido pela CBVela - Confederação Brasileira de Vela em paralelo com a realização da Copa da Juventude, principal competição da modalidade para a nova geração. 

O fórum apresenta as iniciativas voltadas à democratização da vela no Brasil em projetos sociais. Liderado pelo gerente técnico Juan Sienra, os painéis discutem as formas de identificação de novos talentos, treinamentos, busca de fonte recursos, segurança, entre outros.

Os participantes também trocaram experiências de seus núcleos e regiões, como o Projeto Grael, em Niterói (RJ), Navega São Paulo, em Praia Grande (SP), Escola de Vela Lars Grael, no Rio de Janeiro (RJ), Projeto Vivo, em Barra Grande Piauí (PI), Filhos do Vento, em Arraial do Cabo (RJ) e Velejar é Preciso, em Itaipú (PR). O Iate Clube de Brasília e o YCSA também estão envolvidos com o Fórum de Desenvolvimento Social.

''É uma adição fundamental para democratizar mais ainda a vela no Brasil. A ideia é trabalhar em nível nacional e difundir as melhores práticas. Os projetos sociais usam a vela como ferramenta de formação do cidadão'', explicou Juan Sienra, gerente técnico da CBVela.

''Nós também já estamos alinhados com o Governo Federal, com o Ministério do Esporte, estamos muito felizes de que a política de democratização do esporte esteja incluída. É isso que a CBVela está também trabalhando intensamente. O desporto é uma ferramenta fundamental de educação''.

Um dos projetos sociais de destaque na modalidade é a Escola de Vela Lars Grael, em Ilhabela (SP). O local atendeu 160 crianças e adolescentes em 2022 e ajuda a formar não apenas profissionais e velejadores, mas cidadãos. Parte desses jovens atendidos no litoral norte paulista está em situação de vulnerabilidade, o que aumenta a importância das atividades.  

''Como capital nacional da vela, a Escola Lars Grael é uma ferramenta para ajudar as crianças e jovens em Ilhabela. Nosso objetivo é deixar os alunos preparados para a modalidade, mas principalmente para a vida. Formamos cidadãos como princípio'', disse Ronildo Rodrigues, coordenador da EVI.

Baseados no princípio de que o esporte da vela garante caminhos de socialização a partir da educação e formação profissional, os medalhistas olímpicos Torben Grael e Lars Grael idealizaram o Projeto Grael em 1998. O objetivo foi promover a inclusão social de crianças e jovens em vulnerabilidade social. Desde então já atendeu mais de 18 mil jovens em Niterói (RJ).

''A gente entende que as modalidades náuticas têm um potencial incrível para sensibilizar sobre algumas temáticas como meio ambiente, por exemplo. Oferece às crianças e jovens velejadores o espírito de equipe e cooperação'', explicou o coordenador de esporte do Projeto Grael, André Martins.

Lançada em dezembro de 2013, a ONG Projeto Vivo faz o trabalho social com crianças de Barra Grande - Cajueiro da Praia (PI) com os kitesurf. O trabalho busca criar e estimular as perfeitas condições para que, com estudo, disciplina e responsabilidades, ampliem-se os horizontes de suas escolhas para o futuro, seguindo ou não a carreira como atletas profissionais.

Além disso, a ONG trabalha para afasta-los da criminalidade, drogas e prostituição, os maiores problemas sociais ao quais estão expostos. No dia-a-dia, a ONG recebe as crianças no espaço da Kite Escola Paraíso ( sede temporária ) para atividades esportivas, lanche, reforço escolar e velejo.

Em troca, são cobrados disciplina, evolução escolar, bom comportamento na Escola e em sociedade, distância das drogas e de atividades ilícitas, além de respeito ao próximo, aos animais e ao meio ambiente.

''Hoje o kite é a principal atividade econômica da região de Barra Grande e formar esses jovens como atletas, instrutores, guias turísticos ou para vida é a nossa missão'', disse Isabel Lupiañez, coordenadora do Projeto Vivo.

Apoio à vela Jovem

A vela brasileira tem como destaque o Núcleo de Base do programa da Confederação Brasileira de Vela - CBVela junto com a Secretaria Especial do Esporte e a Secretaria de Especial do Alto Rendimento - SNEAR do Ministério da Cidadania para a vela jovem pelo Convênio 920223/2022.

O projeto ajuda no fomento à modalidade desde o ano passado. Sede da Rio 2016 e de outros grandes eventos da vela, a Marina da Glória, na capital fluminense, recebe adolescentes entre 13 e 17 anos para treinos visando eventos nacionais e internacionais da Vela Jovem. Outros campings de treinamento foram realizados no Clube Naval Charitas, em Niterói (RJ). 

O trabalho leva jovens atletas a se aperfeiçoarem na modalidade, com o propósito de levá-los ao alto-rendimento, incluindo participações em classes olímpicas e pan-americanas.

Sobre a CBVela

A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: oito. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 19 medalhas em Jogos Olímpicos.

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