A Equipe Brasileira de Vela encerrou sua participação em Tóquio 2020 na madrugada desta quarta-feira (4) com a nona colocação de Fernanda Oliveira e Ana Barbachan. As duas ficaram em 10º na regata da medalha, que define o pódio.
O resultado da classe 470 feminina coroa mais uma participação de alto nível da vela feminina, que fechou os Jogos do Japão fazendo todas as finais, incluindo o bicampeonato de Martine Grael e Kahena Kunze na 49erFx.
O ouro das brasileiras foi a 19ª medalha olímpica da vela brasileira, confirmando a modalidade como a mais vencedora do Brasil nos Jogos.
A primeira medalha olímpica saiu na Cidade do México 1968, um bronze de Reinaldo Conrad e Burkhard Cordes - Flying Dutchman. De lá para cá, apenas em Munique 1972 e Barcelona 1992 não tivemos brasileiros no pódio.
“A vela brasileira manteve tradição e regularidade com resultados positivos em Tóquio 2020. A preparação foi a melhor possível levando em conta a pandemia. O trabalho pra Paris 2024 e Los Angeles 2028 já começou. Incentivamos a vela jovem, ampliamos as clínicas pelo País e buscamos excelência e todos os processos”, disse Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela.
Para os Jogos de Paris 2024, a World Sailing - entidade que comanda a modalidade no mundo - fez algumas mudanças significativas. As classes Laser Standart, Laser Radial, 49erFx, 49er e Nacra 17 permanecem no programa olímpico. Já as classes Finn, RS:X masculina e feminina e 470 masculina e feminina dão adeus, sendo substituídas por Kite, IQFoils e 470 mista.
Desde Helsinque 1952 no programa, a Finn não fará mais parte da competição daqui três anos. Jorge Zarif detém o melhor resultado da categoria nos Jogos com o quarto lugar na Rio 2016, além de campeão mundial em 2013.
No lugar da prancha à vela da fabricante RS:X entra os IQFoils. Em Tóquio 2020, a representante foi Patrícia Freitas, 10ª colocada. As pranchas entraram no programa olímpico em Los Angeles 1984 e foram usados os equipamentos como Windglider, Lechner Divisão II, Lechner A-390, Mistral One Design e RS:X pela última vez no Japão.
Outra novidade é a entrada do kitesurfe ou IKA Kitefoil nas versões masculino e feminino. Os velejadores vão usar equipamentos que permitem velejar com condições de vento fraco até rajadas de 40 nós.
''No Kite temos no masculino o campeão pan-americano Bruno Lobo, que vai chegar muito bem. No feminino tem muito trabalho pela frente. No iQFOiL acho que o masculino com o Matheus Isaac tem boas chances, é continuar evoluindo e fazer um bom calendário internacional'', disse Walter Böddenner, coordenador da vela na Rio 2016.
Outra alteração será classe 470, que passa a ser mista e não separada por gênero. A categoria deu a primeira medalha de ouro em Moscou 1980 com Marcos Soares e Edu Penido. E também fez história com primeiro pódio olímpico feminino na modalidade com Fernanda Oliveira e Isabel Swan em Pequim 2008. ''O 470 é uma classe muito competitiva. O Brasil ganhou medalhas e teve vários velejadores de altíssimo nível. Dessa forma acho que será uma classe surpresa na minha opinião'', contou Walter Böddenner.
A vela em Paris 2024 será disputada na raia de Marselha, cidade que fica a 661 quilômetros de distância da capital francesa. Os fortes ventos chamados mistral podem dar o tom durante o período dos Jogos, que serão disputados de 26 de julho a 11 de agosto de 2024.
''A mudança de classes sempre traz muita apreensão devido aos investimentos já feitos. Mas na verdade, o Brasil tem tradição em medalhas em classes novas. A própria Martine e Kahena foram ouro na estreia do 49erFX na Rio 2016, assim como o Robert Scheidt foi ouro no início da Laser em Atlante 1996! Lá atrás tivemos medalhas no 470, Flying Dutchman e Tornado que eram classes recentes nos Jogos'', explicou Ricardo Lobato, especialista em vela.
RESULTADOS EM TÓQUIO | ||
Martine Grael e Kahena Kunze | 49erFX | 1º |
Robert Scheidt | Laser | 8º |
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan | 470 Feminino | 9º |
Patrícia Freitas | RS:X | 10º |
Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino | Nacra 17 | 10º |
Jorge Zarif | Finn | 14º |
Henrique Haddad e Bruno Bethlem | 470 Masculino | 16º |
Marco Grael e Gabriel Borges | 49er | 16º |
MEDALHAS OLÍMPICAS DA VELA | |||
Cidade do México 1968 | Reinaldo Conrad Burkhard Cordes | Flying Dutchman | Bronze |
Montreal 1976 | Peter Ficker Reinaldo Conrad | Flying Dutchman | Bronze |
Moscou 1980 | Marcos Soares Edu Penido | 420 | Ouro |
Alex Welter Lars Bjorkstrom | Tornado | Ouro | |
Los Angeles 1984 | Daniel Adlerrrrrrrr Ronald Senftttttttttt Torben Grael | Soling | Prata |
Seul 1988 | Lars Graelllllllllll Clínio de Freitas | Tornado | Bronze |
Torben Graellllllllllllllll Nelson Falcão | Star | Bronze | |
Atlanta 1996 | Robert Scheidt | Laser | Ouro |
Torben Graelllllllllllllllll Marcelo Ferreira | Star | Ouro | |
Lars Graelllllllllll Kiko Pelicano | Tornado | Bronze | |
Sydney 2000 | Robert Scheidt | Laser | Prata |
Torben Graellllllllllllllll Marcelo Ferreira | Star | Bronze | |
Atenas 2004 | Robert Scheidt | Laser | Ouro |
Torben Graellllllllllllllll Marcelo Ferreira | Star | Ouro | |
Pequim 2008 | Robert Scheidt Bruno Prada | Star | Prata |
Fernanda Oliveiraaaaa Isabel Swan | 470 | Bronze | |
Londres 2012 | Robert Scheidt Bruno Prada | Star | Bronze |
Rio de Janeiro 2016 | Martine Grael Kahena Kunze | 49erFX | Ouro |
Tóquio 2020 | Martine Grael Kahena Kunze | 49erFX | Ouro |
Resultados oficiais
https://tokyo2020.sailing.org/results-centre/
SOBRE A CBVELA
A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
Tem o Bradesco como patrocinador oficial, e o Grupo Energisa como parceiro oficial e patrocinador da Vela Jovem. A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: sete. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 18 medalhas em Jogos Olímpicos.
Entre em contato com a equipe On Board Sports:
Flavio Perez
flavio@onboardsports.net | redacao@onboardsports.net
+55 11 99949-8035
🔛 www.onboardsports.net
O Veleiros do Sul e a CBVela - Confederação Brasileira de Vela realizaram treinos para jovens do ILCA 6 e 7
Regatas da Semana Olímpica de Hyères contam com 18 atletas brasileiros
Entidade máxima da vela brasileira busca capacitar profissionais dos dois gêneros
Velejadores jovens da classe ILCA treinam em Porto Alegre (RS).