A abertura da 46ª edição da Semana Internacional de Vela de Ilhabela será neste domingo (14) com a realização da regata Alcatrazes por Boreste Marinha do Brasil, prova com 55 milhas de distância, com largada programada para 11h10. Os velejadores terão como principal desafio o vento fraco em Ilhabela (SP). A previsão indica intensidade inferior a 5 nós em alguns momentos da tarde.

Outras provas também fazem parte do dia de regatas longas, como a Toque-Toque por Boreste (25 milhas náuticas) e Renato Frankenthal (10 milhas náuticas). Ao todo, 120 barcos participam do evento, considerado o principal da América do Sul na vela oceânica.

Com vento fraco soprando, as tripulações precisam adotar estratégias diferenciadas para aproveitar as poucas rajadas rumo ao arquipélago de Alcatrazes. A chegada será no Farolete 4. Apenas barcos das categorias ORC, IRC e RGS A e B contornam a ilha.

''Preparamos o barco durante o ano todo para participar do evento. Esperamos montar Alcatrazes em primeiro como foi no ano passado, temos um time muito capaz a bordo pra isso'', disse Julio Cechetto, comandante do Montecristo, um barco de 54 pés.

Com pouco vento, a vantagem maior fica para os veleiros menores. Mas sair ou não da regata com um bom resultado vai depender do trabalho de equipe. ''A expectativa é muito boa, embora as previsões indicam vento fraco. Pra gente pode ajudar, pois nosso barco é pequeno. O nível de Ilhabela é muito alto, com equipes muito fortes. Isso nos incentiva a investir em equipamentos e treinos'', contou Jorge Berdasco, comandante do barco Bravo.

Se as condições de vento franco continuarem, a comissão de regatas, presidida pelo árbitro da Rio 2016, Cuca Sodré, poderá encurtar a prova ou até mesmo cancelar. A Alcatrazes deve durar mais de oito horas.

A organização da Semana Internacional de Vela de Ilhabela consultou os representantes de cada categoria e estabeleceu a mudança das raias para todas as provas dos calendário. Na prática, os barcos das classes ORC, IRC, C30 e HPE25 largam num local diferente do grupo dos Clássicos, Mini, Bico de Proa e RGS. Para cada raia haverá uma equipe de árbitros e fiscais embarcados.

''A medida vai diminuir a concentração de barcos na hora da partida e garantir uma largada limpa para todos os tipos de classes. Vamos para mais uma semana com muita regata em Ilhabela. É uma semana que engrandece a vela oceânica brasileira'', disse Cuca Sodré.

A edição 2019 marca o retorno de Lars Grael à Semana Internacional de Vela de Ilhabela após cinco temporadas. O medalhista olímpico e campeão mundial vai comandar o BMW Motorrad nas regatas em Ilhabela. A equipe mede na classe ORC.

''É uma competição de alto nível e a grande confraternização da vela de oceano nacional. A mistura entre o amador, profissional, medalhista e iniciante é muito saudável para a modalidade'', disse Lars Grael.

Na mesma equipe de Lars Grael está a surfista de ondas gigantes Maya Gabeira. A atleta estreia na vela oceânica competitiva na Semana Internacional de Vela de Ilhabela. Maya veio de Portugal para as regatas antes de voltar à temporada de surfe em Nazaré no mês de agosto.

''Estou super honrada de estar aqui! Tenho certeza de que estou aprendendo bastante. Nunca nem imaginei em competir, mas quando surgiu o convite do Marcos Ferrari aceitei para evoluir ainda mais'', explicou Maya Gabeira. 

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