"Desde 2002, junto com o professor José Elias de Proença, trabalho na Seleção Brasileira Feminina, com o técnico José Roberto Guimarães. Proença abriu as portas para mim e estamos até hoje juntos. Ele é meu mestre. Tive a sorte de trabalhar com bons treinadores, de nível internacional", comenta o profissional. 

Sobre a preparação física, ele acredita em pilares que fazem parte da profissão. Para ele, o primeiro aspecto é entender o modelo de jogo do treinador. "Precisamos compreender o que o técnico quer com o time. A partir disso, as metas são traçadas. O preparador físico é um solucionador de problemas individuais. Planejamos treinamentos e estratégias para cada jogador", explica.

Correia conheceu o esporte cedo. Jogador de basquete dos 7 aos 17 anos  e motivado pelo irmão formado em educação física, ele decidiu seguir a carreira no esporte. Formado em Bacharelado em Esporte pela USP, ele trabalhou primeiramente com o futebol de campo.

"Fiz estágio no São Paulo Futebol Clube, com o professor Moraci Santana. Um excelente profissional e uma pessoa maravilhosa. Ao mesmo tempo uma oportunidade apareceu no voleibol, e junto dela uma das pessoas que mais contribuíram na minha carreira: o professor José Elias de Proença.

O primeiro clube de voleibol que trabalhou foi o BANESPA, time em que permaneceu durante 16 anos,  dois anos de categoria de base e 14 pelo profissional. Lá, ele trabalhou com vários treinadores, entre eles Cebola, Cacá Bizzocchi e Mauro Grasso. Após o período no Banespa ele foi para o São Caetano feminino e depois o Pinheiros/SKY masculino.

Em 2011 resolveu ir para Araçatuba no projeto Vôlei Futuro, como coordenador de preparação física do time masculino e feminino. No ano seguinte ele estaria no Sada Cruzeiro, time em que ficou durante seis anos e conquistou vários títulos ao lado do técnico Marcelo Mendez. Nas duas últimas temporadas trabalha com o grande amigo, Rubinho.

"Uma equipe, por vezes, conta com atletas de 35, 40 anos e também muitos jovens  de 18, 19 anos. Temos que saber o histórico de cada um e traçar as necessidades individuais. São atendimentos individuais, de acordo com cada perfil. Para isso lançamos mão de ferramentas e estratégias que atendam essas necessidades individuais", conta.

Correia foi campeão do Campeonato Mundial de Clubes da FIVB por três vezes  (2013/2015/2016) e vice campeão em 2012. No seu currículo ele tem ainda o tetracampeonato do Sul-Americano de Clubes da FIVB (2012/2014/2015/2017). Além de três títulos de Copa do Brasil (2014/ 2015/2017) e cinco de Superliga (2005/2014/2015/2016/2017).

Para ele, o futuro da preparação física está no trabalho interdisciplinar. "O preparador físico tem que transitar bem com o médico, fisioterapeuta, nutricionista. Todos os profissionais, de forma integrada, trabalhando em conjunto. São trocas de informações e tomadas de decisões que visam contemplar o modelo de jogo do técnico", completa.

Pelos clubes, Fabio Correia possui 4 títulos de campeonatos paulistas (2000/2001/2004/2011), quatro mineiros (2012/2013/2014/2015) e 5 da Taça São Paulo (2000/2008/2009/2017/2018).

"O preparador físico tem que ter a preocupação de criar um arquivo de soluções para os problemas que lhe são apresentados. Para cada atleta que lhe é apresentado, quanto maior o número de estratégias esse preparador físico dominar, mais facilidade em solucionar problemas ele terá”, finaliza.

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